sábado, 16 de junho de 2012

"(We) consider it a challenge before the whole human race and (we're not) gonna lose"


Por Mike Torres






Pelé, Garrincha, Puskás, Cruyff, Beckembauer, Matthews, Yashin, Gerd Müller, Platini, Baresi, Francescoli, Di Stéfano... ok, a maioria conhece esses deuses do futebol. Todos fizeram história tanto em seus clubes quanto em suas seleções, marcaram seus nomes e são lembrados pelos amantes do esporte. Em uma cidade distante de onde a maioria desses monstros sagrados consagraram suas habilidades, há um time de futebol feminino. Não, acho que essa expressão é insuficiente para descrever. Diria que há uma constelação. O PCF feminino, que representa a turma de 2012 do curso de Jornalismo da UFPE na aclamada Copa Patrícia Poeta, começou virtualmente considerado uma merda (com o perdão do trocadilho), como podem ver nestes comentários. Era de se esperar, a zoação e o descrédito com calouros são sempre grandes.

"Não contavam com minha astúcia", diria o Polegar Vermelho. Alguns veteranos mal sabiam o que lhes estava guardado. O que estava por vir era algo magnânimo, magnífico, surreal, fora-de-série... certo, eu vou parar de babar e adjetivar esse esquadrão maravilhoso, incomum, acima de todos os padrões. As garotas pe-ce-efianas ignoraram os olhares de soberba e desprezo que lhes eram atravessados, entraram em campo e, mesmo sem nunca sequer terem treinado ou jogado juntas, mostraram seu valor e sua garra.

"Não basta talento. Quando se dedica à arte[...] não pode apenas ter talento. O conhecimento da técnica é indispensável[...]", palavras de Jorge Cortás Filho. Mentiu? O PCF mostrou que não. É certo que algumas delas nunca nem tocaram numa bola, mas incrivelmente demonstraram uma intimidade com a redonda que fez arregalar até os olhos  do mais indiferente. A sorte, é claro, não pode ser deixada de lado, mas quando há competência e determinação ela fica em segundo plano.



The Winners:





Na defesa: A segurança de Duda Ribeiro guardando nossa meta foi imprescindível para o título, o que é confirmado pelo fato de só termos tomado dois gols em toda a Copa. E pensar que no início ela queria jogar na linha, hehehe. Combinando com a  'raça do chutão' da beque-de-fazenda Suenia Azevedo e a leveza e firmeza de Luiza Bessa formou-se um muro sólido e intransponível. O PCF tem uma barreira praticamente indefectível.





No meio-de-campo: A tranquilidade e sobriedade da Beckembauer de saias Marcela Cintra guardando a cabeça-de-área e chegando com qualidade ao ataque foram essenciais. Uma categoria que impressionou a todos. A disposição da Duda Barbosa (ou Barboça, como queiram) na ala-esquerda e a doação e o suor de Bia Pires fazendo as honras pela ala direita deram ao time velocidade e fluidez nas laterais do campo. O invejável preparo físico e a raça de Tati Callado (que quando entrava em campo incorporava o espírito da entidade Tatão, mas isso tá acima de qualquer explicação no plano material) armando jogadas e ajudando na defesa foi de espantar.





No ataque: A habilidade e o faro de artilheiras de Mariana de Macêdo, Victória Junqueira, Carol Brito e Marília Parente, esta eleita a craque do certame, lá na frente, compuseram um rolo compressor impossível de ser parado. Dribles, belos gols, cobranças de falta magistrais, adversárias se chocando e sendo deixadas no chão... um espetáculo lindo de se ver.



Duda Ribeiro, Bia, Vic, Tati, Carol e Mari;
Marcela, Suenia, Luiza, Duda 'Barboça' e Marília; um enxerido qualquer


Na torcida: Ah, eu não poderia nunca esquecer das nossas queridas Cassie Oliver, Rebeca de Arruda, Yasmin Freitas, Penélope Araújo, Sinara Vasconcelos, Paula Passos e Ana Maria Miranda, as melhores cheerleaders deste planeta. Sem seu apoio, seu barulho e sua empolgação ficaria complicado. Lembrando que ano que vem TODAS elas reforçarão o time marrom DENTRO de campo (sim, é uma cobrança).




No comando: Somente um enxerido, porém orgulhoso, treinador.







Ficou aí para todos verem. Espírito de equipe e vontade de vencer  fizeram do PCF o campeão de 2012 da CPP, e o valor foi demonstrado dentro de campo, para orgulho e reconhecimento de uns, desespero e despeito de outros. Valeu e nos esperem ainda mais fortes em 2013. Até o bicampeonato!




Comentários
3 Comentários

3 comentários: