sexta-feira, 27 de maio de 2016

Revista revela articulações de vice-presidente para desestabilizar Wagner

Na sua edição semanal, lançada no dia de hoje, a revista Carta Capital revela as negociações macabras que envolvem o vice-presidente da Copa Paulo Francis, Marlon Diego. De acordo com a revista, Marlon, acompanhado de setores do BJU ligados a Mariah, teriam articulado todo um esquema para manchar a imagem de Wagner e assumir o poder. A íntegra da matéria você confere abaixo. O Blog da CPF se recusa a comentar quaisquer acusações feitas pela revista.


A CARA DO GOLPE

Alguns meses depois de ter passado no vestibular, o fotógrafo Marlon Diego Feijó Gomes recebeu em sua casa, no Janga, a olindense Rebeca Montenegro, líder histórica do MBP. Rebeca havia feito uma extensa pesquisa dos nomes que saíram no listão 2014. Após a pesquisa e à revelia de Wagner, Rebeca achou em Marlon o nome ideal para seu plano de espalhar a imagem de flop na turma recém chegada, o único grupo político que poderia impedir os avanços sociais do MBP. Durante o almoço, quando Rebeca tocou no assunto, Marlon ficou inquieto. E levantou-se logo em seguida, alegando que precisava dar um telefonema. Não voltou. Um mordomo pediu à moça que se retirasse, dizendo que Marlon estava ocupado e não poderia continuar o almoço. O BJU é isso: lealdade.

Depois do episódio do flop de 2015, o BJU estava extremamente fragilizado. Sua principal líder, Mariah Villanova, contava com indices baixíssimos de aprovação. Apesar de demonstrar estar do lado de sua correligionária durante todo o tempo, Marlon, descrente do futuro do BJU, conspirava silenciosamente nos bastidores, fazendo acordos que garantiriam sua manutenção no poder. Durante uma festa no bairro do Poço Da Panela, com o objetivo de conseguir apoio do PCC, declarou que estava trocando de turma. Nessa mesma linha, haviam boatos de que o flop havia sido premeditado por Marlon, que utilizara um evento aberto no Facebook e sua grande rede de influências para superlotar a festa. O BJU é isso: traição.

No início do ano de 2016, com o aparecimento de sucessivos escândalos de corrupção, o presidente Wagner procurou Mariah, sua amiga pessoal, para conversar sobre uma coalizão BJU+MBP, que daria sustentação ao seu governo. Após sucessivas reuniões e um acerto de contas pessoal entre Rebeca e Mariah, a chapa foi fechada. Mas era necessária uma figura de peso para a vice- presidência da CPF. Alguém que tivesse trânsito em todas as turmas e pudesse transpor a articulação política para fora da coligação. O nome do editor do blog, Antonio Lira, foi cogitado, mas Mariah preferiu trazer para a chapa Marlon, que havia traído a turma no ano anterior. O BJU é isso: reconciliação. 

Marlon Diego é fotógrafo, mora no Janga e tem um jeito afável e simpático de lidar com todas as pessoas. Não é a toa que, apesar de uma primeira impressão intimidadora, é uma das pessoas com vida social mais ativa da Região Metropolitana do Recife. Entre bicos de fotografia e festas de aniversário, que de tão badaladas se tornaram parte do calendário cpfiano, além do passado de competidor no prêmio de artilharia pesada, o jovem conseguiu alcançar uma imagem bastante conciliadora, tanto que pensam logo em seu nome na hora de dissolver uma treta.

A cara do golpe: Marlon tem articulado
 tramoias desde antes de passar no vestibular
Mas o Marlon dos bastidores, que é tão conhecido dentro do misterioso círculo interno do BJU, começou a transparecer no advento da última crise. Ao aceitar a vice-presidencia, uma série de exigências foram feitas. De benefícios que vieram a ser conhecidos como "bolsa-alargador" e utilização de crowdfundings de fachada para lavar o dinheiro desviado do caixa da CPF, o vice-presidente foi ganhando cada vez mais poder dentro da diretoria. Mesmo sendo constantemente alertado por Rebeca, Wagner continuava fazendo vista grossa para as falcatruas de Marlon, sempre procurando uma maneira de justificar as atitudes do seu vice. E com medo de perder o poder, foi cedendo ainda mais a exigências ainda mais estapafúrdias. Cansado, e tendo que trabalhar como motoboy para sustentar sua família, ele, apesar de tudo, não acreditava que poderia ser traído por seu homem de confiança.

Até que, na última semana, os objetivos de Marlon ficaram mais claros quando, numa súbita e inesperada tomada de atitude, o BJU resolveu apoiar abertamente o processo de impeachment de Wagner. Mesmo com todas as suspeitas trama golpista caindo em cima de Mariah, assessores ligados ao presidente afirmar ter a certeza de que Marlon é o articulador do golpe. Em reunião de emergência com a cúpula do MBP, Wagner e Rebeca discutiram estratégias que passam por recuperar o apoio da militância e de movimentos ligados historicamente ao partido, como o Hall Social e setores do curso de Ciência Política da UFPE. O PCC, que atualmente é a única turma que continua na base do governo, também reiterou seu apoio, mas cobra do presidente a esperada "guinada etílica" que o MBP vem prometendo desde que o ano começou. Mas mesmo se as aventuras golpistas de Marlon e do BJU fracassarem, o cenário ainda é nebuloso para o presidente, que luta para se desviar das acusações de corrupção que o perseguem desde o ano passado.

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